quarta-feira, 31 de março de 2010
Os riscos da auto-medicação
Ingestão de medicamentos sem indicação médica é uma das principais causas de internação no país
A automedicação é um sério em diversos países, entre eles o Brasil. Conforme a Organização Mundial da Saúde - OMS, o percentual de internações hospitalares ocasionadas por reações ao mau uso de medicamento é superior a 10%. No Brasil, 80 milhões de pessoas têm o hábito de se automedicar, segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas - ABIFARMA. Outro número surpreendente foi dado pelo Centro de Assistência Toxicológica da Universidade de São Paulo - CEATOX-USP, 40% das internações por intoxicação são provocadas também pelo uso indiscriminado de remédios.
Um exemplo bastante comum é a ingestão frequente de medicação principalmente para dores de cabeça e febre. Algumas substâncias usadas em analgésicos e antitérmicos, com ação anticoagulante, podem gerar hemorragias internas e afetar o estômago. Segundo Paulo Celso dos Santos Moreira, cardiologista e presidente da Regional de Marília da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo - SOCESP, outra medicação frequentemente tomada sem orientação médica são os diuréticos, que podem levar a graves complicações como desidratações, hipotensão, hipopotassemia e arritmias.
Combinar dois ou mais medicamentos sem orientação médica ou alterar as doses previamente estabelecidas, por conta própria, também podem causar sérios problemas. Um exemplo são os remédios para emagrecer combinados a antidepressivos, que provocam cardiopatias. Outras drogas, se tomadas com doses aumentadas, alteram a pressão e elevam o risco de infarto.
Uma solução para reduzir os riscos da automedicação seria um maior rigor na venda destas substâncias, com retenção das receitas nas farmácias, sugere dr. Paulo Celso. "Entretanto, a maioria dos medicamentos é vendida livremente, sem nem precisar de prescrição médica".