Nos últimos meses, a economia tem visto sinais claros de que um novo ciclo de recessão global está se aproximando, mesmo após as medidas para assegurar a estabilidade na zona do euro. O imbróglio em torno da dívida americana e o seu rebaixamento por parte das agências classificadoras de risco são pontos sintomáticos dessa realidade. Pensar que o Brasil possa passar incólume por essa recessão que se anuncia é ingenuidade, no entanto, há como fazer uma limonada deste limão. A Assessoria Técnica da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) aponta que este é o momento mais propício para o governo encerrar o ciclo de elevação da taxa Selic e começar a baixar os juros. Com isso, gerando um alívio imediato sobre as contas públicas e, em médio prazo, melhorando a capacidade de exportação do País, o que impactaria diretamente na balança de transações correntes. A justificativa é clara: sempre que há uma recessão, os investidores tendem a recuar e aplicar seus recursos nos portos seguros da economia, tradicionalmente, EUA e Europa. Como essas economias se apresentam enfraquecidas, o Brasil se torna uma alternativa natural e segura, logo, não precisaria manter a maior taxa real de juros para atrair capital estrangeiro. De acordo com a Fecomercio, a recessão global também agiria como um contraponto ao incremento do ímpeto de consumo que seria natural com o barateamento do crédito, evitando um crescimento da demanda superior à capacidade de oferta atual. O que significa inflação sobre controle.
Se o Brasil quiser se firmar, definitivamente, entre as principais economias do mundo, é hora de o Banco Central reavaliar o cenário de forma mais ampla, revendo conceitos e, principalmente, seus modelos econométricos elaborados dentro de uma realidade que está se transformando drasticamente.
fonte Fecomercio