A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio) acredita que os dados referentes ao crescimento do PIB brasileiro no terceiro trimestre de 2010, apresentados hoje (9/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicando o aumento de 6,7% no nível da atividade interna, refletem o real potencial de crescimento do país. Para a entidade, os números não tão animadores quanto o mercado previa no inicio do ano, mas demonstram quanto o Brasil pode crescer sem gerar tensões inflacionárias ou ampliar os gargalos na infraestrutura. Segundo a Fecomercio, os números do IBGE confirmam suas expectativas que apontam um crescimento médio de 7,5% do PIB neste ano e reforçam a projeção de um crescimento mais modesto em 2011 – na faixa de 4,5% - apresentadas ontem (8/12) pelo diretor executivo da Fecomercio, Antônio Carlos Borges.
A Fecomercio ainda destaca que estes números já vinham sendo anunciados nos resultados das vendas de alguns setores do comércio, como o de imóveis e o de automóveis, que a entidade acompanha por meio da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), e que apontavam um arrefecimento no crescimento da economia. Para a Federação, é razoável considerar que, em algum momento, o atual ciclo de crescimento vai mostrar um acomodamento, ou mesmo uma reversão, já que a manutenção do grau de crescimento apresentado ao longo do ano exigiria a manutenção do nível de elevado aumento na renda real, de surgimento de novos postos de emprego e das facilidades de obtenção de crédito.
Entretanto, os dados apresentados pelo IBGE refutam a tese de que o país passa por uma fase de desindustrialização. Enquanto o PIB cresceu 6,7% no terceiro trimestre, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que está ligada a capacidade produtiva futura do país, teve impulso de 21,2%. Números que, de acordo com a Fecomercio, revelam um comportamento positivo do nível de investimentos.